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Projetos e a valorização da sustentabilidade

A conscientização da população com relação à importância do respeito ao meio ambiente e da sustentabilidade pode ser sentida em várias áreas, inclusive na de projetos. Apesar de o conceito não ser novo, sua implantação em diferentes áreas leva tempo para acontecer. É necessário que seja incorporada culturalmente, para que as inovações sejam aceitas e entendidas.

Para que a prática da sustentabilidade seja aplicada com êxito e com maior frequência em grandes empreendimentos é imprescindível que a exploração e a extração de recursos sejam mais eficientes, garantindo a recuperação das áreas degradadas. Um desafio a ser vencido diariamente é que as necessidades humanas de recursos naturais sejam preenchidas e que a continuidade da biodiversidade local seja garantida, melhorando a qualidade de vida das comunidades que estão inclusas nas áreas de extração. O conceito de sustentabilidade pode conquistar maior poder de agregar ideias e formar opiniões, mas para tal, é necessário que as autoridades e entidades ambientais tratem com seriedade e tenham um acompanhamento rigoroso, assegurando instrumentos fiscalizatórios e punitivos eficazes.

Atualmente, projetos que valorizam a sustentabilidade são bem vistos e tem reconhecimento. A beleza deixou de ser a única característica avaliada e a sustentabilidade ganhou grande importância.

Um exemplo recente é a expansão, avaliada em R$ 68 bilhões, do Aeroporto de Heathrow, em Londres, na Inglaterra. O projeto vencedor do concurso foi o do escritório Grimshaw não apenas pelos seus conceitos visionários de design, mas também por suas ideias únicas de como o Heathrow poderia ser expandido de maneira sustentável, porém viável. A proposta inicial era a criação de um espaço sustentável, que traria inovações de serviços aos passageiros, integração às comunidades locais e um mostruário do design britânico, além de também serem consideradas acessibilidade e flexibilidade.

A proposta era a criação de um espaço sustentável, que traria inovações de serviços aos passageiros, integração às comunidades locais e um mostruário do design britânico. Acessibilidade e flexibilidade também seriam fatores considerados.

Outro projeto interessante é de uma equipe da Austrália que alcançou a maior eficiência já registrada em células solares flexíveis não-tóxicas e com baixo custo de produção. O objetivo é que sejam usadas para envelopar todo o edifício, transformando suas paredes em gigantescos painéis solares. A ideia de edifícios de energia zero é antiga, mas tem dois grandes obstáculos: o alto custo das células solares de película fina e o fato de elas geralmente serem feitas com materiais tóxicos – CdTe (telureto de cádmio) e CIGS (cobre-índio-gálio-seleneto). Chang Yan e seus colegas da Universidade de Nova Gales do Sul mudaram isto usando uma tecnologia de película fina alternativa conhecida como CZTS, sigla dos elementos que entram em sua composição: cobre, zinco, estanho (tin) e enxofre (sulfur). Além de serem ambientalmente amigáveis, as células solares flexíveis apresentaram o mais alto índice de eficiência já obtido em células desse tipo em tamanho comercial. O índice de eficiência, de 7,6% em uma área de 1 cm², foi confirmado pelo Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos EUA.

As células solares CZTS são mais comuns e não prejudicam o meio ambiente, porém, uma característica em especial, as tornam mais interessantes. O fato de poderem ser aplicadas diretamente em camadas finas, 50 vezes mais finas que um fio de cabelo, não havendo a necessidade de fabricá-las sobre pastilhas de silício e interligá-las separadamente, conforme professor Martin Green, coordenador da equipe.

Estas células tem uma melhor resposta ao comprimento de onda de luz azul, quando comparadas ao silício e podem ser empilhadas, como uma película fina, sobre as células de silício melhorando o desempenho global.

A Suécia tem uma meta: conseguir fazer que, até 2030, o setor de transporte do país não utilize mais combustíveis fósseis. Existem soluções para diminuir as emissões dos automóveis, mas um dos desafios é reduzir a contaminação produzida por caminhões de carga que, no país nórdico, representam 15% das emissões de dióxido de carbono. Assim sendo, o país está testando uma solução inovadora: autoestradas elétricas, nas quais, os veículos pesados híbridos podem ser alimentados por uma rede elétrica graças a um sistema de distribuição de energia parecido com o utilizado nas linhas de trem ou nos trólebus.

A principal diferença, no entanto é que os caminhões podem se desconectar da rede, no caso de uma troca de pista por motivo de ultrapassagem, voltando a usar diesel neste período.

O pantógrafo inteligente é um equipamento instalado na boleia dos caminhões híbridos que se conecta automaticamente às linhas de eletricidade, localizadas sobre a pista, no momento que o veículo entra no trecho eletrificado da rodovia.

Um sistema similar será inaugurado na Califórnia ainda este ano. (Imagem: Scania CV AB)

Conectado à rede elétrica o veículo pode atingira uma velocidade máxima de 90 km/h

Será feito, ainda este ano, um projeto piloto na Califórnia, muito parecido, pela empresa Siemens, alemã, responsável por este projeto, em um trecho de três quilômetros da estrada que conecta o porto de Los Angeles a Long Beach.

O projeto, conhecido como eHighway, foi inaugurado em um trajeto experimental de dois quilômetros da autoestrada E16, ao norte de Estocolmo.

O Atacama é um lugar bastante seco, o índice pluviométrico médio é de 15 mm por ano, mas em alguns pontos, chega a 1 mm. Essas condições são ideais para a produção de energia solar e o governo chileno está apostando nisso para o transporte público em Santiago. A ideia é que a eletricidade produzida no sul do Atacama viaje mais de 600 quilômetros até a capital chilena para suprir 42% da energia necessária para o funcionamento do metrô, previsão para final de 2017. Outros 18% da energia elétrica que moverá os trens do metrô virão do Parque Eólico San Juan, também na região do Atacama. Com isso, 60% da energia consumida pelo metrô de Santiago viriam de matrizes renováveis.

A empresa espanhola Elecnor desenvolveu o parque e pertence à empresa brasileira Latin America Power, uma geradora brasileira.

Com mais de 100 estações o metrô de Santiago transporta em média 2,5 milhões de pessoas todos os dias. Apenas a Cidade do México tem um sistema metroviário maior que o da capital chilena em toda a América Latina. Além disso, foi anunciado pela presidente, Michelle Bachelet que ele será o primeiro do mundo a rodar usando majoritariamente fontes renováveis de energia.

Mapa do metrô de Santiago

Com início da construção em 2016, a central de energia, localizada ao sul do deserto do Atacama, tem previsão de ser concluída ainda em 2017. A transmissão será feita por meio de conexão direta para o metro de Santiago, ou seja, o sistema todo será montado sem esbarrar na questão de padrões de grade.

A empresa Sun Power, com sede em San Jose, na Califórnia, é a responsável pelo sistema com capacidade de funcionamento de 100 Megawatts, sendo porém, sua maior parte da Total, petroleira francesa. Os painéis fotovoltaicos necessitarão de limpeza constante, devido à poeira do deserto. A limpeza monitorada significa aumentar a capacidade de geração de energia em 15%, para dar conta deste trabalho serão utilizados robôs.

Estes poucos exemplos fortalecem a ideia de que a sustentabilidade vem sendo cada vez mais incorporada a grandes projetos.

Bibliografia

http://www.atitudessustentaveis.com.br/

http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/edificios/grimshaw-e-escolhido-para-projetar-expansao-avaliada-em-r-68-371876-1.aspx

http://outracidade.uol.com.br/sol-e-vento-do-deserto-fornecerao-60-da-energia-do-metro-de-santiago/

http://www.bbc.com/portuguese/geral-36660436

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=estrada-eletrica&id=010170160630#.V6pgvfkrLIU

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